Mais da metade das crianças e adolescentes da rede pública do RJ estudaram em áreas dominadas pelo crime organizado

  • 29/05/2025
(Foto: Reprodução)
Unicef, Geni/UFF e Fogo Cruzado divulgam pesquisa em que mostram que 800 mil menores de idades sofrem com ações do crime organizado no dia a dia de aulas. De acordo com estudo, houve mais de 4.400 tiroteios próximo às unidades escolares. Uma população de estudantes à mercê do crime organizado, foi o que constatou a pesquisa Educação Sob Cerco: as escolas do Grande Rio, divulgada nesta quinta-feira (29). De acordo com os dados, cerca de 800 mil estudantes cursaram o ensino fundamental em escolas localizadas em áreas conflagradas no Rio. Até 2022, mais de 4.400 tiroteios interromperam as aulas em unidades escolares. De acordo com o levantamento, na cidade do Rio, 55% das crianças e adolescentes cursam os ensinos fundamental e médio, das redes municipais e estadual em áreas onde ocorrem tiroteios. Na Região Metropolitana e na Baixada Fluminense esse número chega a 48%. O levantamento foi feito na cidade do Rio e em 19 municípios da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana. O estudo foi feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto Fogo Cruzado. O período estudado foi escolhido por ser o ano em que os pesquisadores tiveram acesso integral aos dados fornecidos pelos órgãos do governo estadual. Alunos de escola na Maré se deitam no chão para se proteger de tiros Reprodução/Globo O documento analisa o impacto do controle territorial armado por traficantes de drogas e milicianos sobre escolas públicas. Alunos, pais, professores e funcionários à mercê do crime. “Esses dados são alarmantes e têm contornos ainda mais preocupantes quando comparamos o impacto da violência armada entre estudantes das diferentes regiões do Grande Rio. Essa situação reforça as desigualdades já conhecidas, mas também a necessidade de promover maior integração entre as políticas de segurança pública e educação para lidarmos com os efeitos do controle territorial armado no acesso à educação”, afirma Flavia Antunes, chefe do escritório do UNICEF no Rio de Janeiro. De acordo com os dados, a Zona Norte concentrou o maior número de casos. Escolas da região estavam submetidas por tiroteios em 1.714 vezes. O número da Baixada Fluminense chegou a 1.110. “Vivemos em um estado que registra níveis inaceitáveis de confrontos. Mas eles não acontecem da mesma maneira e com a mesma intensidade em todos os locais. Hoje podemos identificar padrões da violência armada que podem ajudar a priorizar áreas de intervenção do poder público e que demonstram como a participação da polícia nos confrontos pode ser decisiva em alguns locais", afirma Maria Isabel Couto, diretora do Instituto Fogo Cruzado. Segundo Maria Isabel, informações como essas são instrumentos para ajudar a combater desigualdades futuramente, e negá-las é negar o direito igual à educação. “As duas dimensões da violência armada do Rio de Janeiro, a crônica e a aguda, precisam ser enfrentadas com urgência. O primeiro passo este relatório já oferece, ou seja, uma caracterização precisa dessas dimensões da violência armada e o apontamento de soluções específicas para cada uma delas. Mas é necessário seguirmos para o segundo passo, da atuação concreta na proteção de crianças e adolescentes”, comenta Daniel Hirata, do Geni/UFF.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/29/criancas-e-adolescentes-da-rede-publica-de-ensino-areas-dominadas-pelo-crime-organizado.ghtml


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