Pilar que desabou e matou criança foi fixado em profundidade 3 vezes menor que a exigida, aponta laudo
13/03/2025
(Foto: Reprodução) Maria Luísa, de 7 anos, brincava com outras crianças em um balanço do prédio onde morava no Recreio quando a estrutura despencou sobre ela. Caso é investigado como homicídio culposo. Laudo pericial do caso de menina morta por pilastra diz que profundidade do pilar era menor do que o exigido pela ABNT
O pilar do balanço que despencou e matou uma criança de 7 anos no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, foi fixado fora dos padrões normativos mínimos e necessários, de acordo com a perícia da Polícia Civil. Um vídeo registrou o acidente (veja abaixo).
Segundo os peritos, a estrutura de aço que fixava o pilar estava a 3 centímetros de profundidade, quando deveria estar a pelo menos 10 centímetros para este tipo de estrutura. Ou seja, três vezes menor que o exigido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (AABNT).
Agora, a polícia quer saber de quem foi o erro que levou à morte de Maria Luísa Oldembergas. O acidente aconteceu no dia 4 de março.
Maria Luísa morreu após queda de pilastra que sustentava balanço em condomínio no Recreio
Reprodução/TV Globo
O caso está sendo investigado como homicídio culposo — quando não há intenção de matar.
“Nesses tipos de construções existem três fases. A primeira, que é o plano do projeto; a segunda fase, que é o plano da execução do projeto; e a terceira fase, que é a eventual modificação dessa construção. Então, qualquer erro que tenha sido produzido em qualquer uma dessas fases, a pessoa será responsabilizada e indiciada pelo crime de homicídio culposo”, disse o delegado Alan Luxardo, da 42ª DP (Recreio).
Vídeo mostra momento em que pilastra atingiu e matou criança no Recreio
LEIA TAMBÉM:
Vídeo mostra o momento em que pilastra atinge criança no Recreio; menina morreu
Responsáveis por obra em balanço que despencou vão responder por homicídio culposo
Crea-RJ vai fazer perícia no balanço que despencou e matou menina de 7 anos no Recreio
Relembre o caso
No dia 4 de março, Maria Luísa brincava com outras crianças em uma rede em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, quando uma das pilastras de concreto caiu sobre ela.
A menina chegou a ser socorrida por bombeiros, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu no local.
Quinze pessoas foram ouvidas no inquérito, entre elas, os quatro últimos síndicos do prédio.
Luciano Bonfim de Azevedo é o atual síndico do prédio onde uma criança morreu após uma pilastra cair em cima
Henrique Coelho/g1
“O prédio tem 15 anos. Há versões de que o pilar estava ali desde a entrega do edifício e há versões de que ele foi construído posteriormente”, disse o delegado.
A polícia agora quer ouvir outros síndicos de períodos passados e funcionários da construtora para finalizar inquérito policial.
“O que tem que ser esclarecido agora é o momento da construção desse pilar, se esse pilar sofreu alguma modificação pós-construção, justamente pra verificar se essa modificação foi estrutural, pra poder individualizar a responsabilidade criminal de cada, daqueles que tenham errado, porque erro houve”, falou o delegado.
O RJ2 pediu um posicionamento ao atual síndico do condomínio, mas não teve retorno.
Vídeo mostra o momento em que pilastra atinge criança no Recreio; menina morreu
Reprodução/g1